1. Características gerais.
micélio com hifas septadas.
Somente conhecemos a reprodução por conídios, ausência de fase sexual ou fase perfeita.
• Suas fases conídicas (fases imperfeitas) assemelham-se a dos ascomicetos, e provavelmente são ascomicetos que ou perderam a fase ascógena (fase perfeita ou sexual) ou não encontramos a fase ascógena.
• algumas espécies assemelham-se aos basidiomicetos
• apresentam o fenômeno da parassexualidade, intercâmbio genético sem reprodução sexual
• umas 15.000 espécies, a maioria terrestres, alguns aquáticos
• grande importância econômica por sua patogenia ou aplicação industrial (antibióticos).
1. 1. Estruturas somáticas:
• células com forma de leveduras nos Blasomycetidae.
• micélio de hifas septadas com septos porados simples, ramificadas, células em general plurinucleadas .
• a vezes se agrupam em esclerócios.
1.2. Reprodução por esporulação:
• os conidióforos podem ser iguais às hifas somáticas (micronemáticos) ou diferentes (macronemáticos)
Conídios
• esporos de origem assexual, não flagelados, formados no ápice ou lados de uma célula esporógena (conidiógena) que não apresenta a parede esporangial
• diferenciam-se dos esporangiósporos por que não se formam por segmentação repetida e progressiva do citoplasma
• morofología muito variada, unicelulares ou pluricelulares
Formação de conídios
• de forma individual, isoladamente
• em grupos, produzidos em cadeia, a formação pode ser
o basípeta, o conídio mais jovem está na base
o acrópeta, o conídio mais jovem está no ápice.
1. 3. Estruturas:
• célula conidiógena, a partir da qual se forma o conídio, pode ser igual ou diferente das células do micélio
• conidióforo, hifa que sustenta uma ou mais células conidiógenas
os conídios podem agrupar-se em sinemas ou esporodóquios e serem produzidos dentro de picnídios ou acérvulos
• sinema, grupo de conidióforos unidos pelo menos na base, freqüentemente ramificados na parte superior
• esporodóquio, os conidióforos surgem de um estroma central em forma de almofadinha, mais empacotados e curtos que o sinema
• picnídio, corpo esférico, em forma de garrafa, atapetado de conidióforos internamente (semelhante aos peritécios de pirenomicetos) fechados ou com abertura, ostíolo, com papila ou com pescoço longo
• acérvulo, corpo plano, com conidióforos curtos, normalmente subcuticulares, logo projetados, não há ostíolo (confundem-se com os esporodoquios) .
Na sistemática dos fungos, que no passado eram incluídos na Classe Deuteromicetos ou fungos imperfeitos, era aplicada uma metodologia denominada artificial porque os dados morfológicos (formas) ou fisiológicos (coloração etc.), utilizados para a separação respectiva, nada tinham a ver com a filogenia. Incluía-se nesta classe fungos que não apresentavam claramente o seu mecanismo de reprodução. São responsáveis por diversas doenças no homem e outros animais, como os "sapinhos", frieiras, pé-de-atleta e a Candida albicans. C. albicans é reconhecido por sua capacidade de produzir grandes clamidósporos, de paredes espessas. Essas estruturas são também chamadas de hipnósporos, formam-se igualmente à custa de filamentos micelianos, podendo ser terminais ou intercalares, isolados ou contínuos. Micose que atinge a superfície cutânea ou membranas mucosas, resultando em candidíase oral, candidíase vaginal, intertrigo, paroníquia e onicomicose. A forma mais comum de candidíase oral é a pseudomembranosa, caracterizada por placas brancas removíveis na mucosa oral (aftas).
Assim, o filo Deuteromycota compreendia fungos principalmente microscópicos, com padrão celular filamentoso bem desenvolvido, isto é, constituÌdos por hifas ramificadas e septadas. Muitas exceções existem e, assim, são encontrados representantes dos deuteromicetos entre as leveduras, nome genérico dos fungos unicelulares que exibem brotamento, e entre os fungos macroscópicos, quando hifas especializadas se unem e formam estruturas de reprodução peculiares ao grupo, perfeitamente visíveis a olho nu. O grupo é conhecido ainda como Deuteromycetes, Fungos Imperfeitos ou Fungos Conidiais. Podem ser encontrados em todos os ambientes, no solo, na água doce ou salgada, no ar, no próprio homem. A atividade decompositora desses fungos no solo é de grande importância para os processos de reciclagem de nutrientes e fertilização de solos. Associam-se às plantas e aos animais de modo benéfico ou causando danos. Produzem enzimas, ácidos orgânicos e compostos secundários de importância biotecnológica.
Os micologistas puros e ecléticos tendem, freqüentemente, a dar grande importância ao desafio de delimitar táxons que representem a maior exatidão possível das afinidades filogenéticas ou de parentesco. Mesmo considerando que estes limites não existem na natureza, na qual houve uma evolução contínua e sem intervalos que autorizem uma separação ou limitação de grupos, é entendível que essa tarefa seja realizada por uma questão de necessidade de referência e de entendimento entre os componentes de uma comunidade, a Científica. Por outro lado, os fitopatologistas tendem a valorizar a praticidade na arquitetura dos sistemas de classificação e a valorizar a estabilidade na aplicação dos nomes dos fungos fitopatogênicos. Um número elevado de fitopatologistas reclamam não haver qualquer esforço no sentido de conciliar os interesses de ambas as partes para que se chegue a um lugar comum.
A classe "Deuteromycetes", ou fungos imperfeitos, é um bom exemplo de um grupo bastante complexo no que se refere a este conflito de interesses entre micólogos e fitopatólogos. No entanto, nas edições mais recentes dos livros-texto de micologia mundialmente mais utilizados por estudantes de nível superior, a abolição desta "classe" tem sido aceita. Esta tendência também foi adotada na recente edição de 1995 do "Dictionary of the Fungi" editada pelo considerado "Imperial Mycological Institute" da Inglaterra, instituição que abriga uma respeitável equipe de micólogos reconhecida internacionalmente. Esta atitude conflita amplamente com o que contêm recentes livros-texto da área de Fitopatologia, trazendo uma certa ou enorme confusão na taxonomia e sistemática dos fungos fitopatogênicos. O alcance destas alterações, sob o ponto de vista prático, entretanto, é pouco significante. Em substituição à Classe Deuteromicetos foi introduzido o termo fungo mitospórico aos fungos para os quais não foi possível uma correlação com qualquer estado meiótico ou teleómorfico e que se reproduzem somaticamente por simples mitoses. Assim, fungos mitospóricos que já tiveram essa relação estabelecida com os ascomicetos ou basidiomicetos (teleomorfos) podem ser denominados anamorfos ou estados anamórficos desses grupos. De uma forma geral, para a maioria dos ascomicetos e basidionicetos, os estados anamórficos são desconhecidos; para vários deles os estados anamórficos não foram ainda reconhecidos e em outros, provavelmente antigos anamorfos, parecem ter perdido sexualidade e a fonte de variabilidade, substituída por outros mecanismos como a mutação e o ciclo parassexual.
A meta fundamental dessas mudanças sugeridas pelos micólogos teve por objetivo, simplesmente, eliminar qualquer possibilidade de que a existência de uma categoria taxonômica formal para fungos cuja sexualidade é desconhecida pudesse sugerir ou incutir a idéia incorreta de que esse grupo taxonômico pudesse abrigar formas com alguma afinidade de parentesco. Outros fatores que interferiram na praticidade do sistema taxonômico dos fungos imperfeitos têm a ver com o entusiasmo e a dinâmica dos micologistas puros na aplicação de técnicas modernas que, à exceção da microscopia eletrônica de varredura, que resultou em ampliar a aplicação de elementos morfológicos já tradicionalmente utilizados na sistemática, levaram a uma grande sofisticação na busca da pureza filogenética dos táxons. Referimo-nos à microscopia eletrônica, à biologia molecular e às análises proteicas e genômica. Estas são técnicas de alta sofisticação, inacessíveis à grande maioria dos fitopatólogos. Mesmo a conidiogênese, estudo da maneira como se originam os conídios, que é uma técnica menos complexa utilizada para separar vários gêneros de fungos, exige equipamentos de utilização complexa como as microscopias de fluorescência, eletrônica e eletrônica de varredura. A grande maioria desses equipamentos inexistem em um laboratório comum de fitopatologia. Entretanto, a nosso ver, como a morfologia é um reflexo da herança genética e, conseqüentemente, dos genomas, os mesmos impasses que hoje existem nas análises morfológicas existirão no futuro, quando as técnicas de biotecnologia sofisticadas estiverem em plena utilização. Existirão apenas diferenças nos pontos de separação de um todo que é inseparável porque no processo de evolução a natureza não os separou. Quanto ao esquema atualmente utilizado para deuteromicetos e que no passado compreendia várias Ordens (Moniliales, Melanconiales, Sphaeropsidales, etc.) e Famílias (Moniliaceae, Dematiaceae, Stilbelaceae, Tuberculariaceae, Melanconiaceae e Sphaeropsidaceae, etc.), foram reduzidos a três grupos artificiais derivados daqueles previamente utilizados, no passado, como nomes taxonômicos formais, ou seja:
1. Coelomycetes - incluindo fungos produtores de conídios em estruturas ou corpos de frutificação (conidiomatas) denominadas picnídios e acérvulos (antigamente incluídos nas famílias Sphaeropsidaceae e Melanconiaceae), respectivamente;
2. Hyphomycetes - não formadores de conidiomatas ou corpos de frutificação, mas de conidióforos, nome dado a hifas especializadas e produtoras de conídios com formas e arquitetura variável. Este grupo compreende fungos:
a) Moniliaceous, com hifas e conídios hialinos ou palidamente coloridos;
b) Hematiaceous, com hifas e conídios fortemente pigmentados;
c) Stilbelaceous, produzindo um tipo de estrutura de feixes de hifas férteis, produtoras de conídios hialinos ou coloridos, denominada sinêmio ou corêmio.
3. Micelia Sterilia - grupo no qual não há produção de conídios. A multiplicação é realizada através de esclerócios irregulares (Rhizoctonia) ou esféricos (Sclerotium), ou ainda pela fragmentação das hifas do micélio somático.
Os Coelomicetos e Hyphomicetos têm sido relacionados como formas anamórficas dos ascomicetos e Micelia Sterilia, com basidiomicetos.
Fontes:
http://www.geocities.com/~esabio/mario/nocoesbasicas.htm
http://www.ufpel.tche.br/sbfruti/anais_xvii_cbf/climassolosnutricao/905.htm
http://www.biota.org.br/pdf/v1cap11.pdf
http://www.consulteme.com.br/1b/biologia/compsoloc.htm
http://micol.fcien.edu.uy/atlas/Deuteromycetes.htm
http://botit.botany.wisc.edu/images/332/Deuteromycetes/
me ajudo muito esse blog
ResponderExcluirmto obrigadaaaa
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